O que é reabilitação visual?
De acordo com o Relatório Mundial sobre a Deficiência, a definição de reabilitação é “um conjunto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências a terem e manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu ambiente”.
A reabilitação visual deve ser feita por um médico especializado em Oftalmologia, que cuida de pacientes que sofrem com a redução da função da visão. O objetivo é potencializar o uso da visão residual após uma perda de visão, facilitar a adaptação de recursos ópticos e não ópticos e ajudar as pessoas a se adaptarem à realidade da deficiência.
Quando o paciente faz a consulta médica com o oftalmologista, é a sua grande oportunidade de descobrir doenças assintomáticas, que podem ser tratadas, evitando-se graves consequências para a visão.
Quais pacientes necessitam de reabilitação visual?
São os pacientes que tem visão subnormal, ou baixa visão, ou seja, aqueles que têm uma diminuição irreversível da visão apesar de tratamentos pertinentes ao problema visual e uso de óculos para correção de grau. No entanto, há visão que, ao ser utilizada funcionalmente, permite o planejamento e realização de tarefas.
Ter visão subnormal não é o mesmo que ser cego. A visão subnormal é caracterizada pela existência de uma visão útil, quando associada a acessórios. Na cegueira, não há visão útil, nem mesmo com o uso de acessórios.
Quais são as causas da visão subnormal?
São várias as causas que podem provocar a visão subnormal, incluindo doenças e acidentes. As principais doenças que causam visão subnormal são descolamento da retina, diabetes, glaucoma, catarata e catarata congênita, toxoplasmose ocular em adultos, sarampo, ceratocone, sífilis, toxoplasmose e rubéola durante a gestação, entre outras. A visão subnormal não tem cura, mas tratamentos e recursos podem auxiliar na qualidade de vida do paciente.
Como o oftalmologista pode auxiliar o paciente na reabilitação visual?
O oftalmologista é o agente catalisador do processo de reabilitação visual. A atenção oftalmológica à pessoa com deficiência visual permite:
1) O direcionamento de ações para a reabilitação, estabelecidas a partir das necessidades individuais e de acordo com o impacto da deficiência visual sobre a vida do paciente;
2) Esclarecimentos ao paciente com deficiência visual e à família quanto ao diagnóstico, tratamentos pertinentes e condutas reabilitacionais necessárias;
3) Prescrição de auxílios especiais para os casos de baixa visão e demais recursos de tecnologia assistiva para a melhora da funcionalidade;
4) Indicação a profissionais e serviços de outras áreas para subsídio, em todos os aspectos necessários, no trabalho de reabilitação visual.
Quais são os auxílios especiais que o médico oftalmologista pode indicar para a reabilitação visual?
Para melhor resolução visual, o médico oftalmologista pode indicar:
• Recursos ópticos, que utilizam uma lente ou um sistema óptico posicionado entre o observador e o objeto a ser observado. De acordo com suas características ópticas, proporcionam filtração seletiva do espectro visível da luz (lentes filtrantes), ampliação da imagem retiniana (para perto: óculos com lentes convexas, lupas manuais, lupas de apoio e sistemas telemicroscópicos; para longe: sistemas telescópicos), condensação da imagem retiniana (prismas, espelhos e telescópios reversos) ou reposicionamento da imagem retiniana (prismas e espelhos);
"Indicação a profissionais e serviços de outras áreas para subsídio, em todos os aspectos necessários, no trabalho de reabilitação visual."
• Recursos não ópticos, que modificam as características ambientais e o material a ser observado por meio não óptico (auxílios para postura e posicionamento, aumento linear dos objetos, aumento do contraste, controle da iluminação);
• Recursos eletrônicos e de informática, que estão em constante evolução. Vão desde auxílios de ampliação eletrônica da imagem, recursos de informática (programas especiais, displays braile, teclados ampliados), smartphones, aplicativos e equipamentos autônomos para reconhecimento de textos, pessoas e objetos.
Fonte: Série CBO Deficiência Visual e Sociedade Brasileira de Visão Subnormal
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