De acordo com o Relatório Mundial sobre Visão publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, globalmente, pelo menos 2,2 bilhões de pessoas teriam uma deficiência visual ou cegueira, das quais pelo menos 1 bilhão delas têm uma deficiência visual que poderia ter sido evitada ou não receberam o tratamento adequado. O levantamento também constatou que o envelhecimento da população, a mudança de estilo de vida e o acesso limitado à assistência oftalmológica, principalmente em países de baixa e média renda, estão entre os principais fatores para o crescimento do número de pessoas que vivem com deficiência visual.
O Abril Marrom é o mês em que se celebra a conscientização da população para o combate e a prevenção da cegueira. Segundo o relatório “As condições de saúde ocular no Brasil- 2019”, publicado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a estimativa, baseada em índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de que cerca de 1,6 milhão de pessoas sejam cegas no país. O documento afirma ainda que é possível considerar que o Brasil tenha cerca de 26 mil crianças cegas por doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas precocemente. Enquanto que o envelhecimento e as principais causas de cegueira e baixa visão em adultos e idosos estão associados entre si. Como a população brasileira apresenta uma das maiores taxas de aumento da expectativa de vida entre os países mais populosos do mundo, há também a expectativa do aumento da prevalência de tais causas de cegueira.
As três principais causas de cegueira no mundo, e no Brasil, são doenças que acometem, sobretudo, os idosos: catarata, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Mas, a retinopatia diabética também merece atenção. Essas doenças podem ser tratadas quando diagnosticadas precocemente. Por isso a importância da consulta periódica ao oftalmologista ser realizada desde a infância e continuar em todas as fases da vida, independentemente da necessidade ou não do uso de óculos. Muitas das doenças oftalmológicas são silenciosas, não apresentando sintomas nas fases iniciais. O acompanhamento oftalmológico vai monitorar a saúde dos olhos e detectar precocemente doenças, prevenindo assim a perda da visão.
O primeiro exame oftalmológico acontece ainda na maternidade, com a realização do teste do reflexo vermelho, mais conhecido como teste do olhinho. É um exame simples e indolor feito assim que o bebê nasce, com o objetivo de identificar precocemente alterações na visão, como catarata congênita, glaucoma congênito e ainda qualquer patologia ocular congênita que cause opacidade na córnea, tumores intraoculares, inflamações intraoculares ou hemorragias intravítreas. O exame é considerado uma importante ferramenta para a prevenção da cegueira infantil e, desde 2017, a realização do teste do olhinho é obrigatória por lei nos recém-nascidos em todos os hospitais e maternidades públicos e privados do país, para o rastreamento de doenças oculares.
Dentre as causas prevalentes de cegueira infantil está a ambliopia (olho preguiçoso), que possui três causas, sendo elas: erro refracional não corrigido; privação de imagem na retina (por obstrução nos meios oculares até os seis anos de idade); e o estrabismo. Todas levam ao inadequado desenvolvimento da visão no cérebro. A cegueira por ambliopia pode ser prevenida com exame oftalmológico nas crianças com até três anos de idade. O tratamento do estrabismo começa pela correção das causas que provocaram o distúrbio. Quanto mais cedo o tratamento for feito, melhores e mais rápidos serão os resultados.
Prevenir ainda é o melhor remédio. Consulte regularmente o oftalmologista para cuidar da sua saúde ocular e prevenir doenças que podem causar cegueira.
Cerca de 12 milhões. Essa é a quantidade de casos de cegueira por consequência da catarata em todo o mundo....
Segundo uma pesquisa realizada pela organização Retina Brasil, cerca de 7% dos brasileiros nunca foram ao oftalmologista...
A informação é sempre o primeiro passo para estimular a prevenção de uma doença...