Como tratar conjuntivites e terçol, escolher os óculos certos e evitar problemas com maquiagem infantil. Esses são alguns dos temas abordados na cartilha Saúde Ocular na Infância, elaborada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP). Com o retorno às aulas, o material oferece a familiares e educadores orientações práticas e seguras para cuidar da visão das crianças e adolescentes.
A publicação possui seis seções que abordam desde o desenvolvimento visual do bebê e da criança até orientações sobre exames oftalmológicos. O material também traz informações sobre outros problemas oculares comuns, como estrabismo e celulite periorbital, além de cuidados no uso de lentes de contato. Outras recomendações importantes incluem o uso seguro de telas e a prevenção de acidentes domésticos e escolares.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% dos casos de cegueira infantil poderiam ser prevenidos ou tratados com o diagnóstico precoce. Problemas de refração, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, são comuns na infância e podem atingir de 1,44% a 18,63% das crianças, dependendo da região e do tipo de alteração visual. Quando não tratados, esses casos podem evoluir para quadros mais graves, como baixa visão ou até mesmo cegueira.
Segundo a presidente do CBO, Wilma Lelis Barboza, muitos desses problemas não apresentam sintomas claros no início, o que torna importante a divulgação de informações objetivas e seguras, como as da cartilha Saúde Ocular na Infância. “Dificuldades de enxergar muitas vezes passam despercebidas, mas podem se evidenciar no processo de aprendizagem. Pais e professores devem ficar atentos a sinais como dificuldade para enxergar a lousa, aproximação excessiva de livros e telas e dores de cabeça frequentes. Nessas situações, é importante procurar um oftalmologista”, orienta.
Saúde ocular na infância - Durante o desenvolvimento infantil, existem marcos visuais que ajudam a identificar possíveis problemas. Desde o primeiro mês de vida, o bebê já deve ser capaz de fixar o olhar por alguns segundos. Aos três meses, deve acompanhar objetos com o olhar, e aos nove meses, reconhecer rostos familiares e reagir a expressões faciais. Se a criança não atingir esses marcos ou apresentar sinais como desalinhamento constante dos olhos e reflexo esbranquiçado na pupila, é essencial buscar um oftalmologista.
No entanto, mesmo sem sintomas ou sinais de anormalidade, o exame oftalmológico completo é indicado ao menos duas vezes na infância: entre os 6 e 12 meses e entre os 3 e 5 anos. O desalinhamento constante dos olhos em qualquer idade ou intermitente após os 4-6 meses pode indicar estrabismo e também deve ser avaliado.
Uso de telas e cotidiano - A cartilha também aborda o impacto do uso excessivo de telas na saúde ocular das crianças. Para evitar o cansaço ocular e problemas a longo prazo, a recomendação é evitar exposição a telas antes dos 2 anos de idade e limitar o uso para até 3 horas diárias na adolescência. A regra 20-20-20, a cada 20 minutos de tela, olhar para algo a 6 metros de distância por 20 segundos, é uma prática recomendada para aliviar o esforço visual. Além disso, atividades ao ar livre, com exposição solar indireta, ajudam no desenvolvimento saudável da visão.
A seção "Quadros oculares comuns: como reconhecer e cuidados iniciais" apresenta algumas das condições mais frequentes que podem afetar os olhos das crianças e explica como identificá-las e aliviar sintomas. A conjuntivite viral, por exemplo, causa vermelhidão, coceira e secreção nos olhos. Para aliviar os sintomas, recomenda-se o uso de compressas frias e uma boa higiene, evitando o compartilhamento de objetos pessoais.
Já para o terçol, elevação ou bolinha (inchaço) doloroso na pálpebra, a recomendação é aplicar compressas mornas e massagear a região suavemente. Outro problema comum é a obstrução do canal lacrimal, que se manifesta por um lacrimejamento constante, especialmente em bebês. Muitas vezes, massagens suaves no canto dos olhos ajudam a desobstruir o canal, mas se o problema persistir após um ano de idade ou apresentar complicações, é melhor procurar ajuda médica.
A publicação também fala da prevenção a acidentes domésticos e escolares. A cartilha orienta o uso de óculos de proteção durante atividades manuais, cuidados ao manusear objetos cortantes e atenção ao armazenamento de produtos químicos fora do alcance das crianças. Para os pequenos que utilizam óculos ou lentes de contato, o acompanhamento médico periódico é essencial para ajustar a graduação e garantir o uso correto e seguro.
“O material reforça que cuidar da visão desde a infância impacta diretamente na qualidade de vida e no aprendizado. Além de trazer dicas de cuidados e apresentar os principais sintomas, a cartilha se torna uma fonte de consulta indispensável. Mais do que informar, o conteúdo busca incentivar ações preventivas e corretivas”, destaca Wilma Lelis.
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